quinta-feira, 11 de setembro de 2014

O futuro incerto da Bombardier

Parece que a Bombardier acordou com o pé esquerdo para 2014.

Problemas no motor do CSeries causaram ainda mais atrasos ao programa. O avião deveria ter entrado em serviço em 2013, não deve iniciar suas operações antes do fim de 2015. Com isto o projeto de 3.5 bilhões de dólares, teve seu custo aumentado para 4.4 bilhões. Para se ter uma ideia do rombo, a Embraer está investindo 1.7 bilhões nos seus novos E-Jets E2.




A Republic Airways, um dos poucos clientes de peso do CSeries com 40 unidades, declarou que esta encomenda não é uma prioridade, já que o foco da companhia agora são os voos contratados com as grandes companhias americanas.

O cliente lançador do CSeries seria a Braathens da Suécia, que voltou atrás e não quer mais ser a primeira a operar o novo avião. Esta posição está em aberto e a Bombardier terá que correr contra o relógio para encontrar um novo cliente lançador.

Os planos de fabricar os turbohélices Q400 na Rússia estão bastante atrasados e sob risco de nunca acontecerem. Há rumores de que o governo russo venha a favorecer a produção do Ilyushin  Il-114. Este favorecimento do produto local faz sentido do ponto de vista político, principalmente se houverem sanções econômicas contra a Rússia.




A linha de aviões executivos, que sempre foram motivo de orgulho, estão com dificuldades. O novo avião de material composto Lear 85 deveria ter entrado em serviço em 2013 e há poucas notícias sobre a evolução do projeto. Os novos aviões de ultra-longo alcance Global 7000 e 8000 podem ser afetados pelos atrasos do Lear 85.

Além disso, a empresa está reorganizando sua força de trabalho, reduzindo 1,800 empregos, e trocou diversos executivos. Entre os que deixaram a empresa estão Guy Hachey, presidente da Bombardier Aerospace, e Philippe Poutisou, vice-presidente de marketing da aviação comercial.

Em um mercado dos gigantes Boeing e Airbus, concorrentes bem estabelecidos como a Embraer e novos entrantes chegando do Japão, Rússia e China, vai ser um belo teste de resistência para a empresa canadense.

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