sexta-feira, 8 de maio de 2015

Aérea do Kuwait vai construir seu próprio terminal para melhorar a experiência do cliente

A empresa aérea do Kuwait Jazeera Airways vai construir seu próprio terminal no aeroporto internacional do país localizado no Golfo Pérsico para melhorar a experiência do cliente.

A320 da Jazeera Airways

A companhia está em fase final de negociação com o governo para a construção das novas instalações, as quais se somarão ao prédio atual e representarão um investimento de cerca de 33 milhões de dólares.

A linha aérea já construiu 4 pontes de embarque no aeroporto para seu uso exclusivo como forma de reduzir o congestionamento no terminal de passageiros. Um novo terminal não deve ser construído pelo aeroporto nos próximos 10 anos e este cenário levou a companhia aérea a investir em um terminal próprio. O projeto e a construção do novo terminal devem ser contratados em uma concorrência internacional.

Aeroporto Internacional do Kuwait

Outro fator que levou a companhia aérea a investir em seu próprio terminal é a expectativa de crescimento do Kuwait, que tem uma das maiores rendas per capita do mundo.

Se a moda pega no Brasil, vai haver muita construção de terminal...

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Depois da crise, para onde vão os aviões da Malaysia Airlines?

Que o ano de 2014 foi terrível para a Malaysia Airlines, ninguém discorda. A situação ficou tão critica que a existência futura da companhia é questionável. O governo da Malásia detém o controle da companhia e não quer mais injetar capital para o funcionamento da empresa. Para re-estruturar as operações, Christoph Mueller foi contratado para ser CEO. Mueller vem com credenciais de uma experiência bem sucedida de reestruturação na Aer Lingus da Irlanda.


A380 da Malaysia Airlines

Parte da reformulação da Malaysia passa pela redução da frota. A frota de Boeing 777 deve ser toda vendida, o braço de cargas MASkargo, com seus Airbus A330-200F e Boeing 747-400F, será disolvido e o grande elefante branco é o A380, que também deve desaparecer da frota da empresa.

Com tantos aviões disponíveis, qual será o destino de cada um?

Boeing 777

Os Boeing 777-2H6/ER colocados no mercado foram fabricados em 2001 e 2004. Com 12 a 14 anos, os 777 poderiam ser considerados de meia idade, mas com a aposentadoria cada vez mais precoce no mercado atual, este aviões podem ser vistos como antigos. Isto nos leva a duas possibilidades: aposentadoria ou um novo dono, caso os aviões estejam em boa forma.


Boeing 777-200 da Malaysia Airlines

Se o rublo e a Russia ainda estivessem em alta, a Transaero seria uma ótima candidata. Esta empresa inclusive opera alguns dos 777 que eram da Varig. Porém, a economia não vai bem e sansões econômicas complicam ainda mais a situação. Além do cenário desfavorável, a Transaero ainda tem aviões novos para receber, o que torna improvável que a companhia ainda absorva mais aeronaves usadas.

Existe um mito sobre a impulsão de compras de aviões usados pela americana Delta. Enquanto ela realmente fez isto com o MD-90 e Boeing 717, ela não costuma comprar aviões maiores. O mercado internacional a partir dos Estados Unidos está morno e uma adição de capacidade não parece fazer sentido, principalmente tratando-se de aeronaves do porte do 777-200. Talvez seja um avião grande demais neste momento.

A maior esperança para estas aves reside nos operados de turismo como a portuguesa EuroAtlantic. No entanto o cenário econômico não parece ser favorável para investimentos em aumento de frota por parte da EuroAtlantic.

Não parecem haver muitos compradores óbvios e os Boeing 777 podem acabar estocados no deserto em um fim nada glorioso.

Boeing 747


Os Boeing 747-4H6F têm cerca de 9 anos. Cargueiros normalmente voam menos ciclos do que aviões de passageiros, ou seja, estes aviões ainda têm muita vida pela frente. Com o mercado de cargas se reaquecendo, operadores do modelo como Atlas, China Airlines ou Kalitta Air podem se interessar. O futuro dos 747 parecem mais promissores do que dos 777.

A330-200F

Os A330-223F são animais estranhos. Os aviões da Malaysia são os únicos A330-200F equipados com motor Pratt&Whitney no mundo. Todos os demais operadores voam com os motores Rolls-Royce Trent 700. O próprio modelo A330-200F não é um best seller da Airbus com apenas 42 encomendas até hoje.

Os aviões da Malaysia são muito novos para serem desmontados, são muito mais caros do que outros tipos de avião disponíveis no mercado, mas consomem menos combustível do que aviões mais antigos. Enfim, há uma série de prós e contras que podem se pagar somente no longo prazo.

Avianca, Etihad e Qatar têm o modelo na frota, mas com o motor RR tanto na frota cargueira como na de passageiros. A única linha aérea que têm motores PW na sua frota de passageiros e utiliza o A330-200F é a Turkish Airlines, que acabou de encomendar 4 unidades novas. Talvez a Turkish seja a candidata favorita, mas não se pode descartar um novo operador com a frota de 4 aviões.

A380

A grande questão paira sobre o futuro dos A380. Será o primeiro teste deste modelo no mercado secundário quando sua depreciação e o apetite do mercado de usados serão finalmente avaliados.

A questão do motor novamente pode ser um impeditivo para alguns potenciais compradores, como é o caso a Emirates, que tem seus A380 com motores da Engine Alliance, enquanto os modelos da Malaysia são equipados com os motores Rolls-Royce.


Airbus A380

Air France e Korean também são clientes da Engine Alliance e não parecem ter intenções de adicionar mais A380, especialmente com motor de outro fabricante.

Qatar e Etihad tem uma reputação a zelar com frotas totalmente formadas por aviões novos, o que as torna candidatas improváveis. 

Qantas, China Southern, Singapore, Thai Airways usam o mesmo motor da Malaysia em seus A380. Poderiam ser potenciais destinos para os A380. O problema é que todas estão com dificuldades para encher A380 e não devem estar dispostas a aumentar a frota no curto prazo.


A380 da Singapore Airlines

Na Europa, a Lufthansa não parece interessada em aumentar sua frota de aviões muito grandes como o Boeing 747-8i e o A380. Sua recente encomenda de  Boeing 777-9 confirma a tendência de aumentar a participação do bimotores em sua frota de longo curso, em detrimento dos quadrimotores como o A380.

A British Airways parece demandar mais A380s, dado que seu hub em Londres Heathrow é congestionado e mais slots neste aeroporto custam muito caro. Os aviões da Malaysia têm os mesmo motor da frota da British. Pode ser uma oportunidade para aumentar a frota a um bom preço.

Outra boa candidata é a Asiana, que opera em rotas muito movimentadas a partir de sua base na Coréia do Sul. Apesar de a demanda existir, a empresa não parece disposta a crescer tão rápido.

Além das atuais clientes do A380, sobram novos clientes. Muito se fala da Turkish Airlines. A empresa realmente precisa de uma avião maior, dada a demanda em suas principais rotas. No entanto, o aeroporto de Istambul tem limitações físicas e não pode comportar a operação da frota de A380. Apenas com a construção do novo aeroporto de Istambul, prevista para o fim desta década, a Turkish poderá operar uma frota de A380.

Na Ásia, a Cathay de Hong Kong e a China Airlines de Taiwan podem se animar com a ideia de usar o A380 em suas principais rotas. Seus hubs são congestionados e há rotas com alta demanda para Estados Unidos, China, Japão e Coréia.

Independente do destino das aeronaves, a Airbus vai ter que trabalhar duro para que este seja um caso de sucesso e o A380 prove seu valor.