quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Decidindo para onde voar, ou não

A decisão de uma companhia sobre onde voar não é uma ciência exata.

É preciso descobrir, ou pelo menos ter uma ideia, de onde a demanda está, quem são os competidores e neste cenário qual a capacidade e tarifas que a rota suporta. Com os dados de uma rota é preciso analisar como ela interage com o sistema de rotas da companhia aérea.



Ainda assim, tudo depende da vontade dos passageiros. Nenhuma análise, planilha ou cálculo vai realmente dizer se as pessoas voarão de fato naquela rota, naquele horário.

As vezes as rotas parecem óbvias, como voar entre capitais e ponte aérea. Mas, em geral, não é tão óbvio. 

Vamos a um exemplo prático. Todos os dias, 13 ônibus com cerca de 45 passageiros cada, partem de São José dos Campos no interior de São Paulo em direção ao Rio de Janeiro, que fica a 300 km de distância. Nesta rota, a frota de ônibus transporta 585 passageiros por dia em cada sentido. Além do ônibus, algumas centenas de carros vão ao Rio todos os dias. 

Logo, se todas estas pessoas tem de enfrentar 4 a 5 horas de viagem em uma rodovia movimentada, sujeita a congestionamentos e aos perigos dos trechos urbanos e das curvas na serra, elas estariam dispostas a viajar confortavelmente e com segurança em 1 hora de avião, certo? 


A princípio sim, mas a história está mostrando o contrário. Rio Sul, Passaredo, TAM, Gol e recentemente a Azul voaram neste mercado aparentemente grande e disposto a voar. Mas todas interromperam suas operações na rota por diversos motivos. Enquanto isso, os passageiros estão lá, viajando de ônibus, motos, carros, vans...



A lição que fica é que por mais que se estude, se entenda e se planeje uma rota, ela pode não dar certo. Citamos aqui um exemplo negativo, mas poderia ter sido o oposto e a rota ter se tornado uma mina de ouro. No fim é preciso muita análise para que o lançamento de uma rota seja bem sucedido, mas também é necessária uma dose de coragem e ousadia.

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